A Stock Car Brasil (Campeonato Brasileiro de Stock Car) é uma modalidade de automobilismo do Brasil.
Foi criada em 1979 para ser uma alternativa à extinta Divisão 1 (D1), que corria com as marcas Chevrolet (Opala) e Ford (Maverick). Isso ocorreu porque a D1 vinha perdendo o interesse do público e dos patrocinadores por estar se tornando uma categoria monomarca devido à superioridade dos modelos Chevrolet. Para que isso não ocorresse, a General Motors criou uma nova categoria, que unisse desempenho e sofisticação. O nome foi um golpe de mestre: além de emular o nome da famosa categoria americana, desviava a atenção de que era uma monomarca, fato que foi comprovado na prática somente neste ano.
A sua primeira corrida foi realizada no Autódromo de Tarumã, no Rio Grande do Sul. A criação da categoria foi a melhor resposta a um antigo anseio de uma comunidade apaixonada por carros de corrida: uma categoria de Turismo que unisse, para os padrões da época, desempenho e sofisticação.
O regulamento foi criado para limitar os custos, procurando equilíbrio, sem comprometer as performances dignas das competições internacionais. A primeira prova contou com a presença de 19 carros, todos do modelo Opala com motores de seis cilindros de 4 100cm3. A pole position da estréia foi do carioca José Carlos Palhares, o Capeta. Ele fez o tempo de 1min23s00. A prova foi vencida por Affonso Giaffone.
Na época, o piloto retornava ao automobilismo brasileiro depois de uma passagem pela Fórmula 1, onde defendeu a equipe Copersucar-Fittipaldi. Ingo Hoffmann, doze vezes campeão da Stock, passou a dominar a categoria no final da década de oitenta, quando conquistou os títulos de 1989 a 1995.
Nestas temporadas aconteceu um sem número de ultrapassagens, grandes duelos e festas repletas de emoção. Nesses anos todos foram centenas de corridas pelos autódromos do Brasil. Em 1982 duas provas foram realizadas no Autódromo de Estoril, em Portugal.
Em 1987 ocorreu a primeira grande mudança da Stock Car. Com a mudança de apoio da GM na organização, foi adotado uma carenagem, criada e montada pela fabricante de carrocerias de ônibus Caio, que era inserida em cima do chassi do Opala. O carro ganhava na aerodinâmica e no desempenho, ficando muito parecido com um protótipo, mas sem a marca da GM. Os equipamentos de segurança ficam mais sofisticados.
A GM volta a investir pesado na categoria em 1990, voltando a organizar e passando a construir em sua fabrica um protótipo monobloco.
Sem grande apelo do publico e perdendo espaço para categorias mais baratas bancadas por outras montadoras, a categoria passa por nova transformação em 1994, quando é adotado como veiculo o Omega de rua adaptado para competição. Numa estratégia de marketing e para diminuição de custos, as corridas passam a ser realizadas em rodadas duplas com a Formula Chevrolet, num evento chamado Chevrolet Challenger, cujos ingressos eram gratuitos e distribuídos nas concessionárias de veículos da marca.
A partir de 2000 a General Motors deixa de organizar a competição em definitivo, que passa a ser realizada pela empresa Vicar, de propriedade do ex-piloto Carlos Col, que também gerencia a Formula 3. Para modernizar a competição e melhorar a segurança dos pilotos, a Stock Car passa a utilizar um chassi tubular. O projeto é do engenheiro argentino Edgardo Fernandez, que faz algo parecido para a categoria argentina Top Race V6, inspirado tanto na Nascar norte-americana quanto no DTM alemão. O chassi, fabricado na ZF, empresa do ex-piloto Zeca Giaffone, pode receber a carenagem de qualquer carro sedan.
Desde 2003 deixou de ser usado na categoria o motor de 6 cilindros Chevrolet, usado com modificações desde o inicio da Stock Car em 1979, sendo trocado pelo motor V8 Chevrolet 350 importado dos EUA pela ZF, similar ao utilizado na Busch Series da Nascar, iguais e limitados a 450 HP. Assim, a montadora GM passa a ser patrocinadora da categoria, fornecendo a carenagem do sedan Vectra, abrindo espaço para que outras montadoras pudessem ingressar na categoria com investimentos baixos.
A temporada de 2005 também entrou para a história da Stock Car. Além de a categoria ter se tornado multimarca - pela primeira vez os Mitsubishi Lancer correram ao lado dos Chevrolet Astra , no dia 30 de outubro 40 carros da Stock Car V8 realizaram uma inédita corrida fora do Brasil valendo pontos para o campeonato. Foi uma rodada ao lado da TC 2000, a principal categoria da Argentina e que no mês de julho tinha corrido em Curitiba (Autódromo Internacional de Curitiba). O Autódromo Oscar Gálvez recebeu um público de 70 mil pessoas. Giuliano Losacco foi o vencedor da prova com Mateus Greipel em segundo e Luciano Burti em terceiro lugar.
O ano de 2006 teve mais novidades. Além de a corrida da Argentina ter sido mantida no calendário, a Stock Car V8 recebeu a terceira marca. O Volkswagen Bora passou a ser a carenagem de dez carros da principal categoria do automobilismo da América Latina. As equipes foram liberadas para a utilização do uso da telemetria, que permite um maior controle das equipes sobre o comportamento do carro.
Para 2007 a competição conta com a participação da quarta montadora, a Peugeot, que utiliza a carenagem do 307 Sedan inicialmente em oito carros e, posteriormente, em dez. O objetivo é que a categoria tenha 10 carros de cada uma das quatro marcas.
Tragédias na Stock Car
A Stock teve apenas quatro acidentes fatais.
1985
- Zeca Gregoricinski ficou preso nas ferragens depois de uma batida em Interlagos, São Paulo. O carro pegou fogo e o piloto não conseguiu sair.
2001
- O goiano Laércio Justino perdeu o controle do carro e depois de uma série de batidas colidiu contra um guincho, no Autódromo Internacional de Brasília.
2003
- O estudante de fotografia Rafael Lima Pereira estava fora da área de segurança do Autódromo de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e foi atropelado pelo carro de Gualter Salles.
2007
- Durante a última corrida da etapa de 2007 da Stock Car Light, categoria de acesso à Stock Car, o piloto paranaense Rafael Sperafico perdeu o controle do carro e bateu na proteção de pneus. Voltou para a pista e foi atingido na lateral pelo piloto Renato Russo. Rafael teve morte instantânea por traumatismo craniano.
Campeões
Video Sobre o Carro de 2009 da Stock Car Brasil
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